CVM revela que 34% dos investidores arrojados têm criptomoedas
As criptomoedas estão ganhando cada vez mais espaço no portfólio dos brasileiros, especialmente entre investidores que antes eram mais conservadores. Uma pesquisa realizada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) revela que a ideia de ter um pedaço do mercado de criptoativos já faz parte das estratégias de muitos, mesmo com o risco atrelado.
De acordo com o estudo mais recente sobre o perfil e comportamento dos investidores em 2024, 34,03% daqueles que se consideram arrojados preferem incluir criptomoedas em suas carteiras. Assim, essas moedas digitais estão entre os 10 ativos mais cobiçados por esse grupo. Na frente, figuram ações, com 85,56%, seguidas por fundos imobiliários e fundos de investimento.
Para os investidores moderados, no entanto, a preferência por criptomoedas é um pouco menor: apenas 22,27% estão a fim de arriscar. Nesse caso, as criptos estão em 11º lugar, atrás de debêntures e moeda estrangeira. As ações continuam sendo as queridinhas, totalizando 74,29% de preferência.
Já os investidores conservadores mostram que o interesse por criptomoedas é bem mais tímido, com apenas 6,20% optando por essas moedas digitais. Curiosamente, esse número é até um pouco inferior ao percentual de pessoas que não investem nada (6,98%). Neste perfil conservador, as opções mais populares incluem CDBs, fundos de investimento e LCIs/LCAs.
A pesquisa deixa claro como cada perfil investe de forma diferente. Os conservadores buscam segurança, preferindo ativos de renda fixa e menos voláteis. Em contrapartida, investidores moderados tendem a diversificar mais, garantindo uma mescla de ações e outros produtos financeiros. Os arrojados, por sua vez, são os que mais se expõem a ativos relacionados a renda variável.
Quando se fala sobre autopercepção, a pesquisa mostra que 52% dos brasileiros se consideram arrojados. Seguem-se os moderados com 36% e, por último, os conservadores, com só 9%. O perfil dos investidores revela que a maioria é composta por homens (87%) com ensino superior ou pós-graduação (89%), residentes principalmente na região Sudeste (63%), e têm idades entre 46 e 59 anos (31%).
Objetivo é se aposentar
Um dos pontos interessantes do estudo é que o principal objetivo dos investidores brasileiros é a formação de reservas para a aposentadoria. Esse planejamento financeiro é uma prioridade, especialmente para os perfis conservadores e moderados, enquanto ocupa a segunda posição para os arrojados.
No caso dos conservadores e moderados, 63% e 68%, respectivamente, investem com essa meta em mente. Já entre os arrojados, 76% aspiram uma renda passiva e 74% querem garantir sua aposentadoria.
Outro dado relevante é que 86% dos participantes disseram estar prontos para enfrentar imprevistos financeiros. Além disso, houve um aumento na busca por rentabilidade (45%), diversificação da carteira (42%) e interesse por educação financeira (42%).
O clima no mercado de capitais é, em geral, bem otimista. Cerca de 86% dos entrevistados afirmaram que pretendem continuar investindo. Eles se sentem motivados, em grande parte, pela percepção de que o mercado oferece produtos adequados ao seu perfil e pela satisfação com os serviços disponíveis.
A pesquisa coletou 1.371 respostas entre 15 de janeiro e 15 de fevereiro de 2025. O foco era entender o perfil, o comportamento e os desafios enfrentados por aqueles que já investem ou que estão pensando em entrar no mercado de capitais.